Pronto, já não é mais um monólogo... Mas sabe que do tempo pouco sei, pois as horas tem sido um falcão a mergulhar atrás de uma presa, do conhecimento. Ana D.Echabe

sexta-feira, janeiro 21, 2011

O Amor no Éter

Há dentro de mim uma paisagem
entre meio-dia e duas horas da tarde.
By ADiniz - Donna Farfalla 2010 (Mixed techniques)
Aves pernaltas, os bicos
mergulhados na água,
entram e não neste lugar de memória,
uma lagoa rasa com caniço na margem.
Habito nele, quando os desejos do corpo,
a metafísica, exclamam:
como és bonito!
Quero escrever-te até encontrar
onde segregas tanto sentimento.
Pensas em mim, teu meio-riso secreto
atravessa mar e montanha,
me sobressalta em arrepios,
o amor sobre o natural.
O corpo é leve como a alma,
os minerais voam como borboletas.
Tudo deste lugar
entre meio-dia e duas horas da tarde.
ADÉLIA PRADO

12 comentários:

. intemporal . disse...

.

. lev.íssimo como insustentável e leve é quem assim vogaliza a consoante lírica .

.

. um bom fim.de.semana .

.

. um beijo meu . sempre amigo .

.

. paulo .

.

Ana disse...

A pintura em perfeita sintonia com o poema ! Belíssimo!
Um beijo *

AC disse...

Há sítios que guardamos na memória como se fossem o nosso paraíso perdido, mas sempre presente em nós...

Beijo :)

Suzana Guimarães disse...

Toda mulher é vermelha. Pode ser negra, amarela, branca, colorida, mas é em essência vermelha. Vermelho sangue, vermelho ira paixão, vermelho vinho do tempo. Toda mulher é vermelha, poente, norte, sul, oriente...

Kit completo Ana: imagens magníficas, som de doer a alma, texto de Adélia Prado e... arte de uma mulher vermelha.

Beijos, gostei tanto que voltarei, quero sorver tudo novamente.

Suzana/LILY

Maria Dias disse...

Que lindo amiga...Fiquei arrepiada!

Vc sempre escolhe belos textos de forma tao cuidadosa q nós q a lemos, sentimos como se as palavras saissem de vc. Parabéns pelas escolhas!

Esse fogo da tela ficou num lindpo contrate com o azul...

Menina no Sotão disse...

Que belissima imagem e combinou perfeitamente com o poema. Adoro Adélia e fiquei aqui voando entre tuas cores.
Engraçado que minha paisagem ultimamente anda entre cinco e sete e quarenta, quando o sol começa a chegar, eu penso em voltar pra cama. rs
bacio

Manuela Freitas disse...

As tuas postagens são sempre de grande refinamento, música, imagem, poema...fascinante!

Fluido subtil...
imponderável...
volátil e inflamável...
o amor no éter...
um anestésico essencial sem hora marcada!!

Beijos,
Manuela

Luisana Gontijo (Lu) disse...

Ana, querida,

que maravilha de imagem!!!
Deslumbrante!
Coisa rara, de artista ímpar como você!
E regada a Adélia Prado, outra raridade da nossa poesia, da nossa literatura.
Imagine você que tive o delicioso e eterno prazer de ter a Adélia Prado como paraninfa da minha formatura na faculdade?!
Foi algo inesquecível, mágico...
Ela, vista de perto, olhada nos olhos, se parece com quase todas as brasileiras que se vê por aí, nas feiras, nas beiras de rio, lavando bacias de roupas, sofridas, carregando filhos, simples, com a vida inteira no olhar...
Talvez por isso traga tanta poesia no coração...
Como vê, seu post, mais uma vez, mexeu muito comigo!
Beijo, amiga!

♪ Sil disse...

Ana, querida!
Poxa, que delicia receber sua visita, ainda mais através da Suzana.
Suzana me foi um presente da vida, e que tem me dado presentes preciosos também.
Adoro as vezes fofocar no blog dela hehehe, como fiz hoje.
Adorooooooooo alto astral Ana, vivo rindo mesmo com o mundo ruindo na minha cabeça.
RIR, é o melhor remédio do mundo.
Um abraço imenso, e estamos ai, nesses esbarrões tão lindos so mundo!

PS: Adélia é fantástica. Essa mulher dispensa comentários.
A ela, todos os louvores!

Suzana Guimarães disse...

Ana,

Você para mim é aquele vento que passa ligeiro, levanta folhas do chão e faz redemoinhos com o que vê no caminho, pequenos redemoinhos, leves, que correm pelas calçadas, pelas gramas... Sabe aquele vento gostoso que chega numa hora imprevista, na praia, no parque, ou mesmo numa rua tumultuada? Esse vento é você, é assim que a sinto.

Suzana

Luna disse...

existe uma hora em que estamos mais sintonizados com o èter
beijinhos

Cynthia Lopes disse...

Ana, amei a tradução que vc fez da paisagem interna de Adélia Prado! (se intencional ou não pouco importa) o fundamental é que a tela é a visualização do poema, lindo. bjs

Cartão de Visita do Facebook