Poiché Sono Donna; Ana Diniz 2011
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
Adélia Prado
22 comentários:
Ana, querida Ana!
Tudo bem, você me trouxe até aqui e mostrou para mim, mostra sempre, melhor dizendo, que é desdobrável feito a Adélia Prado (que eu queria ter lido mais). Mas, daí, falar em todas as Línguas, complica. Ainda estou com a roupa do jj, sem banho, a menor está aos berros (não sei a razão dela gostar tanto de gritar), estou aqui, tentando jogar a letra da música no Google, mas o desinfeliz é péssimo tradutor. Bom, voltarei mais tarde (se deixarem) ou amanhã.
Obrigada pelo selo, pelas cores dele, pelo carinho. Ficará lindo no ANA POR ANA.
Beijos,
SuzAna
Fiquei parada no mesmo lugar...rs!
Mudei um pouco a decoração da casa, quadros novos, adornos, figa, amuleto, guiné, espada-de-são-jorge, trevo, placas de aviso, "cuidado! gansos à solta"...
Passa lá depois.
Beijos, agora vou!
LILY
Gostei das palavras de Adélia Prado, mas a sua pintura fascinou-me!
Será que um dia a poderei usar no meu blogue?
Beijo :)
Oi minha linda...
Tô com saudade de tú!rs...Basta ficar sem internet uns diazinhos q parece q estou há anos fora da terra e da companhia dos meus amigos q conquistei por aqui...ADOREI meu presente(estou levando toda orgulhosa viu?rs...Obrigaduuuuuuuuuu!
Sobre a postagem acima,hum gostei da tela,me pareceu meu orixá(a deusa das tempestades yasã...será mesmo um orixá?)E a poesia de Adélia forte demais!
Ah e hoje vc me emocionou no Avesso viu?Deu pra sentir q estou trocando de muda né?rs...O bom de trocar de muda é o novo florescer que em breve brotará em mim!
Super abraço!
Maria
As palavras de Adélia ficam em mim sempre que as encontro e pensar que tem gente que diz que ela não merece a alcunha de poeta. Tem louco pra tudo. bacio
Ah como é lindo ler Adélia, e num dia de chuva é tudo de lindo Ana.
Amei o selinho obrigada querida, pela lembrança.
Já encaixei direitinho na minha casa (blog)!
Some mais não ok?
Beijo.
Fernanda
Ana, minha querida,
Não consegui ver, por agora, mas voltarei mais tarde para fazê-lo, o que está acima da poesia mais que sublime de Adélia Prado, que foi - olha só que palavra que parece antiga, mas que tem uma importância ímpar na minha vida - paraninfa da minha formatura em Jornalismo.
Acredita nisso?
Sempre li Adélia Prado.
A vida toda.
E ainda tive o enorme prazer de tê-la como paraninfa na minha formatura, discursando em um dia tão importante pra mim.
Este poema, então, é sem igual!
Mais atual que nunca!
"Mulher é desdobrável"
Sempre!
"Eu sou"
Você é!
Beijo grande!!!
Ana,
Passei aqui ontem, eu disse que voltava para assistir ao filme novamente, entender este teu coração teimoso, comentar o post... mas, só cheguei agora, 21:26, e estou um caco, com sono, sono, sono... Menina, creio que a primavera chegou mesmo, não usei casaco de frio hoje, e, sim, liguei ar condicionado do carro e da casa. Um calor brasileiro! Ai, ai, saudades. À noite, esfria um pouco, mesmo no alto verão, coisas de deserto. Eu já lhe disse que adoro viver num deserto? Eu gosto e muito. Penso que as rugas chegarão mais depressa, o clima seco é imperdoável, mas olharei com carinho para elas. Passei na orla marítima, cheirei cheiro boom, de maresia (não é sempre que dá para sentir). Bem, estou escrevendo uma carta... rs!
E a tela? R. Meneghini acabou de vê-la. Babou. Lindo quadro, lindo, lindo!
Moça, talvez eu volte amanhã, talvez eu só volte na segunda-feira, talvez eu volte daqui a uma hora... me viu ontem? Sou assim, adoro abstrair. Só não volto para os mortos, deles, guardo apenas lembrança, sequer visito cemitérios.
Li nos corredores do colégio do meu filho, quando morávamos em BH, "abstraia, abstraia, abstraia... até que o óbvio se apague."
Beijos, com carinho!
Só a ti eu vi. Impossível visitar os amigos, tagarelar na janela das minhas casas, inventar moda...
Tô cansada demais...
Vou passar rápido na casa da Lu, ela teve a Adélia, eu, coitada de mim, um chato de um jurista extremamente famoso no Brasil que falou por horas, horas, horas. Lembro-me de uma colega querendo lançar o sapato na cabeça dele.
Suzana/LILY
Ou seriam as rugas que são imperdoáveis e o clima seco que não perdoa?
O biscoito é crocante porque é seco ou é seco porque é crocante?
Fui!
Bom, voltei (3 vídeos depois)!
Ai, ai... se este cara continua falando assim no meu ouvido, eu que quase nada entendo de Italiano... ou durmo, ou choro ou me apaixono de vez.
Deixei o Google tradutor de lado, já que tenho alma de artista, tentei sentir. Menina, meus bebês eram do jeitinho daquele... saudades...
A moça na estação sou eu. Eu nunca lhe disse, mas adoro uma estação de trem. Fixação. Se um dia, eu ficar desmemoriada, procurem-me em estações de trem por este mundo afora.
Beijos, querida Ana.
Eu já lhe disse da minha persistência? Não sou curiosa, sou capaz de passar um dia todo com uma carta na mão sem sentir coceira para lê-la. Mas sou uma alma xereteira, que adora fuçar o desconhecido de todos. Fui lá, né?, caçar tradução melhor e aí está, para ti, deixo-lhe de presente (como se precisasse...). Bom, filmes belos eu já assisti iguais a esse. Eu o guardarei para mim, como presente teu. Ana`s sempre me presenteiam. Deixo-lhe uma rosa branca, porém perfumada. Talvez não seja rosa, mas sim, dama-da-noite, aquela que peguei da árvore outro dia e a guardei na enorme bolsa que carrego o dia todo... e que me cansa os ombros. O cheiro ainda deve estar lá. Sabia que perfumista nenhum ainda conseguiu imitar-lhe o cheiro? Cheiro de maresia, de flor, hoje, pelo visto, estou para os cheiros.
Ana, we are cuco! I`m sure!
SuzAna
Há Tempo
"Dizem que há um tempo para semear E um "vai longe" para esperar Um tempo sonhado que vem à noite E outro de dia, tenso Como um linho a abanar.
Há um tempo negado, e um secreto Um tempo distante que é coisas dos outros Um momento que era melhor partir E aquela vez que nós dois, era melhor conversar.
Há um tempo perfeito para fazer silêncio Olhar a passagem do sol no verão E ser capaz de dizer aos nossos filhos, quando É a hora muda das fadas.
Há um dia em que nos perdemos Como perder um anel em um campo E tinha todo um programa futuro Que não tornamos realidade.
É tempo que foge, não tenha medo Que, mais cedo ou mais tarde, nos alcança Porque há tempo, há tempo, há tempo, há tempo Para este mar infinito de pessoas.
Deus, faz mesmo muito tempo que chove E há um ano eu não volto Há meia hora estou aqui ouriçado Numa sala de espera De um bonde que não chega Não tenha ciúmes de mim Da minha vida Não tenha ciúmes de mim Nunca tenha ciúmes de mim.
Há um tempo de espera, como eu disse Algo bom que virá Um momento fotografado, pintado, marcado E o seguinte perdido, embora Sem nem mesmo querer saber como é que teria sido A sua fotografia.
Há um tempo belíssimo, todo suado Uma estação rebelde O momento em que é lançada a única flecha Que chega à esfera celeste E penetra as estrelas É um dia em que todas as pessoas Estendem a mão É mesmo instante para todos Que será abençoado, eu acredito De muito longe É o tempo que é, finalmente Ou quando nos entendemos Um tempo em que você me verá Ao seu lado novamente De mãos dadas Que engraçados seremos Se nem nos terão Advertido.
Dizem que há um tempo para semear E um mais longo para esperar Eu digo que havia um tempo sonhado Que precisava sonhar"
Olá ADiniz
Muito obrigada pelo selo , vou po-lo no meu blog na seg.
Bonita esta tua tela.
bom fim de semana para ti.
beijinhos
Amiga,
A tela é maravilhosa! Parabéns. O poema de Adélia é uma aula de poesia e sensibilidade.
"Mulher é desdobrável. Eu sou."
Adélia Prado
Esta frase é divina! Parabéns por esta beleza de post.
Beijos com carinho e ótima semana.
De Adélia Prado conheço tão pouco! Mas gosto do que conheço ... e deste poema também !
Obrigada pela distinção que conferiu à Encosta do Mar!
A poesia é ponte que liga aquilo que o mar separa!
Um beijo com amizade *
DIO MIO BELLA,
QUE TELA MAIS LINDA!!
SAUDADES VIU??!!!SÓ NÃO MORRO, PQ TE VEJO "EM SENSIBILIDADE EM MINHA PAREDE TODOS OS DIAS" ;))
BACIO**
OLá querida Ana,
Gosto muito da voz de Ivano Fossati...e quanto ao tempo, lembrei-me de um poema de Ricardo Reis:
Uns, com os olhos postos no passado,
Vêem o que não vêem; outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se.
Porque tão longe ir pôr o que está perto —
A segurança nossa? Este é o dia,
Esta é a hora, este o momento, isto
É quem somos, e é tudo.
Perene flui a interminável hora
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
Em que vivemos, morreremos. Colhe
O dia, porque és ele.
Tempo longo para semear e tempo perto... mas um simples passo desloca o segundo do passado, para o segundo do futuro e o presente se faz breve, tão breve que às vezes nem damos por ele...muito gostava de agarrar o tempo!...
No teu quadro tenho a percepção de um desafio e seduz-me o mundo por onde te movimentas...
De Adélia Prado pouco conheço, mas por esse excelente poema, vou apanhá-la por aí com certeza!
Sabes que aprecio muito a tua criatividade...
Beijinhos cheios de ternura,
Manu
Deslumbrante sua tela, Ana!
Que artista ímpar é você!
As cores, o traço, me toca profundamente... Lindo, lindo!!!
Voltei exatamente para conferir, porque da última vez em que estive aqui, entrando do trabalho, não consegui ver.
Uma bênção!
Beijo, querida!!!
Querida,
Deixei um testamento para você, está com a Aninha.
Tudo me dói, hoje. Eu queria comer bombom de chocolate.
Ó, presta atenção: tô nem aí pro cê, tá? Entra prum olho e sai pro outro.
Fui!
Ai, meu Deus, usei a fotografia da Aninha, ela vai xingar...
LILY
Há perguntas para você lá! Vai ter que achar em qual post.
Hoje? Só benzendo.
Fui!
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. poética e pictórica .
. arte e utopia .
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. em resumo . aqui .
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. um bom.fim.de.semana .
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. um beijo meu .
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linda tela Ana
perfeito poema
que casamento!
bjs
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